Desde fevereiro do ano passado, o preço do diesel variou mais de 8%
Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que, desde fevereiro do ano passado, o preço do diesel variou mais de 8%, o que equivale a um aumento de 50 centavos no S10 e 47 centavos no S500 (comum), combustíveis usados em caminhões e essenciais para o transporte rodoviário brasileiro.
A coordenadora do Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), Raquel Serini, esclareceu nesta quarta-feira, 29, que essa alteração acontece nas refinarias, mas não necessariamente nos postos de abastecimento.
“Apesar das reduções recentes nas refinarias, com a justificativa de buscar um equilíbrio dos preços da Petrobras em relação aos mercados nacional e internacional, na bomba a percepção é diferente, uma vez que as distribuidoras não repassam as quedas na mesma proporção que os aumentos na bomba”, explica a coordenadora.
Embora pareça um valor insignificante, faz muita diferença no bolso do consumidor e, com o grande uso do diesel nas empresas, que corresponde de 35% a 50% do custo de uma transportadora, essa alteração afeta diretamente o preço final.
Além disso, o retorno dos impostos federais (PIS/COFINS), anunciado pelo Ministério da Fazenda, prediz aumentos no mercado de combustíveis nos próximos meses. Ainda que a elevação do valor seja esperada, o óleo diesel continua sem incidência tributária até o final do ano, devido à medida provisória que o considera fundamental para o transporte da produção movimentada no país.
Raquel destaca a Guerra da Ucrânia como outro coeficiente de impacto e a breve expiração das reduções: “Essas quedas apresentadas recentemente não devem se sustentar por muito tempo. Também não podemos esquecer que a Guerra na Ucrânia impacta a transmissão de energia na Europa, interferindo de modo direto no mercado de combustíveis global”.
A instabilidade no preço dos combustíveis tem impacto nas transportadoras quando urge o remanejamento contínuo dos planejamentos e sua posição no mercado, o que, consequentemente, afeta a economia do país. Só em 2022, houve oito reajustes no preço do combustível – sendo quatro reduções e quatro aumentos. Raquel explica que essa medida elevou os custos do transportes de cargas lotação em 10,63% na média geral, sacrificando mais as operações de longas distâncias.
“Mesmo com as recentes reduções aplicadas no início de 2023, não conseguimos equilibrar as contas e repassar aos tomadores de serviço na mesma velocidade a fim de estabelecer o equilíbrio dos negócios”, finaliza Serini.
Fonte: Frota & CIA
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