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Vander Costa defende plano estratégico de logística com foco em equilíbrio regional e qualificação profissional


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A construção de um plano nacional de logística deve priorizar o reequilíbrio do desenvolvimento entre as regiões, a qualificação da mão de obra e uma visão abrangente sobre as diferentes infraestruturas de transporte. A avaliação é do presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, que participou, nessa quarta-feira (30), do evento Logística no Brasil, promovido pela Infra S.A. e pelo Ministério dos Transportes e realizado pelo jornal Valor Econômico em São Paulo (SP).


Durante o painel “A visão do setor produtivo: gargalos logísticos e prioridades para a infraestrutura brasileira até 2050”, Vander Costa destacou a necessidade de um planejamento estratégico de longo prazo, estruturado como política de Estado e sustentado por critérios técnicos.


“A iniciativa de desenvolver um plano nacional de logística é essencial para pensarmos o Brasil dos próximos 25 anos, especialmente para reduzir as desigualdades regionais. Precisamos levar infraestrutura para o interior”, afirmou.


Segundo ele, o PNL 2050 (Plano Nacional de Logística), proposto pelo governo federal, deve impulsionar a eficiência da matriz de transporte nacional, com foco na redução de custos logísticos, na sustentabilidade e no aumento da competitividade do país. Para isso, é preciso articular investimentos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.


O presidente também destacou a importância de o Plano ir além da infraestrutura física e incorporar uma visão prática de operação multimodal. “É preciso que todos os corredores e seus respectivos modos de transporte sejam identificados, assim como a existência e os acessos aos terminais de consolidação de cargas necessários à operação multimodal”, afirmou.


Ele ressaltou ainda que, para viabilizar essa integração, é indispensável revisar a legislação tributária relacionada ao CT-e (Conhecimento de Transporte Eletrônico), que atualmente não reconhece a multimodalidade e exige a emissão de um CT-e distinto para cada modal utilizado. Isso encarece a operação com a cobrança cumulativa de tributos e reduz a atratividade do modelo.


Desafios

Vander Costa frisou a necessidade de capacitar profissionais para esse novo cenário que se propõe e reforçou a atuação do SEST SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) como instituição preparada para isso. “Precisamos preparar a mão de obra para atuar em diversas operações logísticas, com competências alinhadas às exigências de um setor em transformação”, disse.


Ao comentar os desafios de financiamento, ele reforçou que a logística multimodal exige aportes robustos e bem distribuídos. “Estamos apostando muito no transporte aquaviário, que tem grande potencial e menor impacto ambiental, assim como na cabotagem ao longo da costa brasileira”, afirmou.


Ele ainda defendeu mudanças no modelo de gestão ferroviária e destacou a necessidade de recursos públicos para destravar o setor. “Investidores privados priorizam projetos com retorno garantido. Por isso, precisamos de bons estudos e de um plano que oriente os investimentos de forma equilibrada e eficiente”, concluiu.


Também participaram do painel representantes da Abani (Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior), da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), da Infra S.A. e da Autoridade Portuária de Santos.


Para o presidente da Abani, José Rebelo III, o Brasil precisa enxergar a navegação interior como uma solução estratégica para a redução de custos logísticos e o desenvolvimento regional. “O modal tem ganhado notoriedade, especialmente no escoamento da produção para exportação, e deve ser fortalecido com menos burocracia e mais previsibilidade”, ressaltou.


Rebelo III completou que essa mentalidade está muito integrada às atividades da CNT (Confederação Nacional do Transporte), ao mencionar estudos da Confederação que indicam o crescimento do modal aquaviário como parte fundamental para as metas de descarbonização do país. “Potencial existe. É uma solução para longas distâncias com menor custo social, de implementação e operação, além de menos emissão de gases de efeito estufa. Precisamos de que a sociedade entenda a importância e cobre celeridade sobre as concessões. O ganho é para todos”, disse.


Investimento em logística

Outro painel do evento contou com a presença dos ministros Renan Filho (Transportes), Simone Tebet (Planejamento) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), além do presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes da Silva.


A ministra Simone Tebet defendeu a diversificação da matriz de transporte e a transição para uma economia de baixo carbono. “A logística é fundamental para garantir a competitividade dos nossos produtos. Para isso, é preciso pensar o Brasil para longo prazo, para os próximos 25 anos”, afirmou.


O ministro Renan Filho destacou que o país atingiu, em 2024, um volume histórico de investimentos em infraestrutura de transporte e reforçou a expectativa de crescimento contínuo. “Com mais investimento em infraestrutura, conseguimos elevar também o investimento dos outros setores. É preciso investimento crescente em hidrovias, ferrovias, para diversificar aquilo que a gente produz e garantir competitividade”, completou.


Já o ministro Silvio Costa Filho ressaltou o papel estratégico das hidrovias no novo modelo logístico nacional. “A pauta ambiental é muito importante, sobretudo neste momento em que há a oportunidade de maiores investimentos logísticos no Brasil. É hora de avaliar o que deve ser preservado e o que já é comprovado que existe um impacto muito grande na área ambiental”, afirmou.


O evento integra uma série de debates organizados pelo Ministério dos Transportes e pela Infra S.A. com o objetivo de construir um diagnóstico aprofundado do setor e estabelecer metas de longo prazo para orientar investimentos e políticas públicas até 2050.


Fonte: CNT

 
 
 

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